quinta-feira, 26 de abril de 2012

SPEER, Albert Berthold Konrad Hermann (*19/03/1905†01/09/1981)


O Arquiteto do Reich

Albert Speer nasceu em Mannheim em mar./1905, filho de família de classe média alemã. Na juventude foi um entusiasta por esportes praticando esqui, rugby e montanhismo. Seguindo os passos do pai e do avô, iniciou os estudos de arquitetura na Universidade de Karlsruhe. Devido à hiperinflação dominante na economia alemã na década de 20, que limitou o rendimento de seus pais, Speer trocou de universidade duas vezes: em 1924 ingressou na Universidade Tecnológica de Munique e no ano seguinte na Universidade Tecnológica de Berlim. Em fev./1928 graduou-se em arquitetura e em agosto do mesmo ano casou-se com Margaret (Margret) Weber (1905-1987), com quem teria seis filhos. Tão logo se formou começou a trabalhar como assistente do seu professor, Heinrich Tessenow, um renomado arquiteto do país.
Em mar./1931 Speer filiou-se ao NSDAP depois de participar de alguns rallyes patrocinados pelos nazistas, com a presença imponente de Adolf Hitler, bem como depois de assistir comícios inflamados do Dr. Goebbels. Muito embora sua função, sem rendimento, dentro do partido fosse bem diferente de sua formação, foi chamado para remodelar uma vila alugada pelo líder distrital do NSDAP no oeste de Berlim, Karl Hanke. O resultado foi considerado excelente.
Em jul./1932, depois de ingressar nas SS-Gerais, Speer e sua família auxiliaram o NSDAP nas eleições para o Reichstag. Nesse período, Hanke, recomendou os serviços profissionais do jovem arquiteto para Goebbels, na remodelação do escritório do partido na capital. Speer aceitou a tarefa e, após a conclusão, impressionou quem o contratou. Alguns meses depois, com Hitler já ocupando a Chancelaria da Alemanha, Goebbels, o novo Ministro da Propaganda, contratou novamente Speer para reformar o prédio do seu ministério. A partir daí o brilhante arquiteto ingressou, definitivamente, nas grandes obras do Terceiro Reich. Conheceu pessoalmente Adolf Hitler, e logo ambos tiveram uma grande admiração recíproca, dado que o ditador fora desenhista frustrado no passado e adorava design de grandes obras arquitetônicas. Em jan./1934 Hitler o designou Arquiteto-chefe do NSDAP, posição subordinada a Rudolf Hess. Speer, assim, acabara de entrar para o seleto grupo de pessoas íntimas do Führer.
Os próximos e grandiosos projetos do ambicioso Speer foram as construções do Estádio Alemão de Nuremberg, onde se realizavam as comemorações do NSDAP, da nova Chancelaria do Reich, um imponente prédio na capital e o pavilhão alemão na Exposição Internacional de Paris. Em 1937 Hitler o nomeou Inspetor Geral das Construções do Reich em Berlim, cargo equivalente à Subsecretário de Estado no governo. O sonho arquitetônico do ditador era de tal ordem que imaginava reconstruir totalmente a capital do Reich como se fosse uma nova Atenas da modernidade. Havia até um prazo para a conclusão da gigantesca obra - 01/01/1950!
Em fev./1942, com a guerra já em andamento, Hitler o nomeou Ministro dos Armamentos do Reich e líder das Organizações Todt (OT), em substituição a Fritz Todt, que falecera em acidente de avião no mesmo dia. Superando as dificuldades políticas do novo cargo, Speer centralizou o poder da economia em torno da guerra e ganhou, definitivamente, a confiança do ditador. A produção de aviões, tanques e armamentos experimentou um enorme salto após as modificações impostas pelo novo ministro. Estava no auge da carreira e despertava inveja em seus rivais dentro do Reich, principalmente Göring.
O crescente bombardeamento das fábricas alemães, pelos aviões britânicos e norte-americanos, não impediu que Speer mantivesse a produção de armas de guerra a pleno emprego. Entretanto ele sabia que a guerra estava perdida. Em mar./1945 Hitler lhe ordenou a "Operação Nero" que planejava destruir todas as pontes, fábricas, e ferrovias da Alemanha e dos países ocupados antes que elas caíssem nas mãos do inimigo. Era a política da "terra arrasada" como ficou conhecida. Speer desobedeceu o ditador, pois sabia que estas construções seriam necessárias ao povo alemão do pós-guerra e persuadiu os generais e líderes regionais do partido a não cumprirem tão absurda ordem.
No dia 22/04/1945 Speer foi ao bunker onde estava escondido o Führer em Berlim. Hitler agradeceu a visita e lhe revelou o desejo de terminar com a vida em breve. Contudo a aparição do Arquiteto do Reich naquela inusitada situação não era apenas um voto de solidariedade, era sobretudo um ato de fidelidade a quem tanto admirava. Speer, reafirmando lealdade, revelou sua desobediência em cumprir a ordem da "terra arrasada" esperando com esta confissão ser levado ao pelotão de fuzilamento. Para sua surpresa Hitler, com os olhos marejados, lhe teria dito - "Não tem importância, está tudo irremediavelmente perdido mesmo". Speer despediu-se pela última vez de Hitler e deixou Berlim, já sob intenso bombardeio da artilharia do Exército Vermelho. No dia 23/05/1945 o governo do Reich foi abolido e todos seus integrantes presos.
Speer foi levado à julgamento no Tribunal Militar de Nuremberg para responder por conspiração, crimes de guerra, contra a paz e a humanidade. Nas sessões do tribunal ele demostrou muita segurança e nunca fugiu da responsabilidade de seus atos, causando ótima impressão. Para surpresa de Göring, que o chamou de traidor, Speer revelou que tentou assassinar o Führer injetando gás venenoso pelos dutos de ventilação do bunker, contudo desistiu do plano quando percebeu que a parte de fora do esconderijo estava protegida por guardas nazistas. Speer foi condenado à vinte anos de prisão pelos crimes a ele imputados. No cárcere dedicou-se entusiasticamente a escrever o livro de suas memórias durante o regime ao qual serviu - Por Dentro do Terceiro Reich, publicado em 1969, uma obra imperdível. O grande arquiteto cumpriu sua pena sem redução e, em out./1966, ganhou a liberdade.
Nos seus últimos anos de vida gravou diversas entrevistas sobre seus dias de glória como arquiteto e pessoa admirada pelo Führer. No primeiro dia de setembro de 1981 sofreu um acidente vascular cerebral e faleceu em Londres, aos 76 anos.









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